Autor: Fabio Blanco

Os parlamentares petistas e a lei anti-terrorismo

O Senado brasileiro está para votar o projeto da chamada lei anti-terrorismo. Seu texto é uma resposta a uma pressão internacional, que, de alguma maneira, exige que os países tenham regras eficazes para combater o terror. O objetivo é, principalmente, que esses países não sirvam de lugar propício para abrigar organizações terroristas que os usem como quartel-general para coordenar atos de violência no restante do mundo e como via para lavagem de dinheiro.

Por ainda não ter aprovado essa lei, o Brasil sofre o risco de sofrer sanções e é esta a principal preocupação de alguns componentes do governo. No entanto, há outros atores políticos que estão preocupados com o contrário e suas razões não são tão simplórias, nem tão virtuosas como se espera.

Na verdade, os senadores governistas não querem a aprovação da lei simplesmente porque sabem que isso tornaria a punição para os crimes, costumeiramente cometidos por alguns chamados movimentos sociais, mais rígida. Isso quer dizer que a base do governo no senado quer, de maneira bem clara, proteger os criminosos do MST e de outras organizações que agridem o bem alheio.

Essa defesa indiscriminada do banditismo social está bem caracterizada na fala do parlamentar, que foi símbolo do movimento dos caras-pintadas e, naquela época, dizia lutar pela ética e justiça, Lindbergh Farias, do PT. Ele afirma, com um argumento bem canalha, que o projeto não pode ser aprovado porque “depredar um ônibus, ocupar uma reitoria, invadir uma propriedade rural são manifestações que já possuem sua punição e a pessoa é presa por isso. Com a nova proposta, isso se torna terrorismo”.

A lógica de Farias é muito significativa por revelar o tipo de caráter com o qual estamos lidando quando nos deparamos com um esquerdista. Segundo ele, uma lei que endurece a punição contra atos violentos, como depredações, ocupações e invasões não é bem vinda. Ou seja: ele tenta, de toda maneira, proteger os praticantes desses atos, como se fossem pequenos delinquentes, como se fossem ladrões de galinhas.

Ocorre que a lógica do parlamentar é de uma obviedade impressionante e usá-la para defender os movimentos sociais apenas manifesta seu desespero. Isso porque se para tudo se seguisse seu raciocínio qualquer legislação que visasse o endurecimento de penas sobre crimes mais violentos ficaria inviabilizada. Até porque a lei anti-terrorismo não visa punir qualquer ato lícito, nem pequenos delitos, mas apenas aquilo que já é crime! E crime sério! Então, é óbvio, que os atos que ela pretende abarcar já possuem punição específica na legislação atual. Seria estranho se não houvesse! O que a lei busca é o endurecimento ao combate contra esses crimes. Usar a existência prévia de punição como argumento para não endurecer a pena sobre eles, além de ser um argumento estúpido, demonstra a ânsia dos petistas por proteger seus bandidos preferidos.

Na verdade, o que os petistas estão fazendo é tentar assegurar que os movimentos criminosos, que há décadas servem de sustentação para o partido, continuem atuando sem que sofram uma punição de acordo com a gravidade de seus atos. De fato, grupos como o MST são como o braço armado do PT e este tem um compromisso quase declarado de protegê-los a todo custo.

A lei anti-terror possui pontos questionáveis, é verdade. Pode-se até se discutir qual a verdadeira intenção dos grupos internacionais ao tentar impô-la sobre os países. No entanto, o que ninguém pode negar é que a esquerda brasileira não está preocupada com nada além de permitir que aqueles que são como seus sovietes tenham liberdade para atuar de maneira a servirem como sua força armada, quando necessário.

O método da Teologosofia

A Teologosofia, por causa de seu nome, pode, com facilidade, ser confundida com uma doutrina, uma teologia ou mesmo uma teoria específica. Mas ela não é. A doutrina que permanece é a cristã. O que a Teologosofia propõe é, nada mais, que uma forma de estudar e desenvolver o pensamento cristão. Nisto, ela é mais um método que uma linha de pensamento

O que se busca por meio da Teologosofia é superar as limitações da forma teológica de estudar, que tende a ignorar a especulação e completar a filosofia, que costuma se proteger de qualquer revelação. Desenvolver uma maneira teologosófica de estudos é aliar a rigidez teológica com a flexibilidade filosófica, a fim de não deixar nada fora de seu campo de interesse.

Aliás, nisso se encontra um de seus fundamentos: tudo lhe importa. Como dizia Chesterton, não há assuntos pouco interessantes; apenas há pessoas pouco interessadas. Mas tudo interessa para a Teologosofia, não por uma curiosidade insaciável, e sim pela convicção de que todos os assuntos, por um motivo ou por outro, pelo bem ou pelo mal, interessam ao cristianismo. Se este é universal e abrange tudo, tudo está dentro de campo de interesse e investigação.

E o método teologosófico não se restringe ao conhecimento formal. Este á apenas o princípio. O objetivo é, de fato, o próprio desenvolvimento humano. Isto surge da certeza que a espiritualidade humana não existe desapegada da razão, mas, pelo contrário, se desenvolve por meio dela. A vida cristã se estabelece pela consciência, não por instintos. O cristianismo mesmo pressupõe a compreensão de muitas coisas. Daí ,surge, como não poderia deixar de ser, a convicção de que pelo conhecimento desenvolve-se a inteligência, e por esta se alcança a santidade.

Há, de qualquer forma, a consciência de que o entendimento desses preceitos precisam de esclarecimento. Isso porque muitas ideias e termos sofreram, no decorrer dos tempos, degeneração em seus significados. Inteligência, razão, espiritualidade, santidade e outras expressões tão caras aos cristãos estão, muitas vezes, deslocadas em seu sentido. Entendê-las, corretamente, é essencial para o desenvolvimento do pensamento cristão.

Assim, a maneira de estudar teologosófica deve ser sempre um movimento de abertura. Deve sempre olhar além das limitações artificiais criadas pelas ciências. Apesar de fazer uso das conquistas teológicas e filosóficas, deve arriscar-se a superá-las, sempre com o intuito do encontro da verdade.

O estudioso teologosófico, portanto, atua sem medo. Ele sabe que precisa, muitas vezes, penetrar em temas que lhe parecem perigosos, e especular assuntos que lhe soam proibitivos. No entanto, sabe que faz isso, não por vaidade ou por vã curiosidade, mas exatamente para entender a realidade como ela é, de fato.

Texto base do 1º Encontro Teologosófico

O cinema americano e os pecados da nação

É impressionante como o cinema americano vive em torno de tentar, de alguma maneira, se redimir de seus próprios erros. Não apenas os dos envolvidos com a indústria cinematográfica, mas os erros que eles acreditam ser da própria sociedade americana. É só prestar um pouco de atenção para perceber que grande parte dos roteiros tratam de algum tipo de crítica ao estilo de vida americano e a busca de uma saída alternativa para isso.

Pode ser sobre o excesso de trabalho, a busca desenfreada por dinheiro, a obsessão por sucesso profissional, sobre a vida essencialmente urbana, os perigos do patriotismo exacerbado, a tentativa de encarnar o american way of life ou tantas outras características da forma de pensar e viver americanas; tudo isso é retratado nesses filmes como se fossem problemas a ser superados. Aquilo que representou, durante décadas, o jeito de ser de quem vive nos Estados Unidos é tratado, quase sempre, como uma falha a ser corrigida.

E, então, surgem as soluções, que podem vir pela escolha de uma vida bucólica, pelo desapego material, por optar um trabalho que se ame de verdade, por ser mais tolerante, por ser menos careta etc.

Em princípio, isso que Hollywood faz não é nenhuma novidade, mesmo se considerarmos a arte e a literatura que extrapolam os cinemas nos espaço e no tempo. O artista e, também, os pensadores sempre tiveram essa tendência de buscar uma alternativa ao mundo presente que, para eles, sempre lhes pareceu meio sem sentido.

No entanto, ver a bilionária indústria do cinema insistir tanto nesses temas, não tem como não me fazer pensar no tamanho da hipocrisia que isso me parece. É como o herdeiro milionário que passa a vida reclamando da riqueza, enquanto não abre mão de um dólar sequer de seu direito como herdeiro. O cinema americano faz isso, quando pragueja contra aquilo que o sustenta, reclama do que o financia, nega o que lhe dá vida.

Na verdade, a sociedade americana, apresentada em suas telas cinematográficas, parece se envergonhar de sua própria prosperidade, parece temer seu poderio, parece que insiste em desculpar-se por conquistar mais do que a grande maioria dos outros países. O Estados Unidos retratados por seus roteiristas e diretores de cinema são formados por pessoas que alcançaram o que todas as nações ainda buscam, mas que, exatamente por isso, creem que precisam se retratar.

Os filmes americanos se tornaram uma forma da sociedade americana tentar expiar os pecados que acredita ter.

 

Urnas eletrônicas inauditáveis e um jornalismo fraudulento

Qualquer aluno ginasial que aprende Filosofia entende que uma conclusão deve ser o resultado das premissas usadas. Se não o for, é certo que quem está efetuando a operação lógica tem problemas de raciocínio ou está tentando enganar as pessoas. No caso do jornalismo brasileiro, mesmo sabendo que a erudição não é o ponto forte da maioria de seus componentes, tenho convicção que a segunda hipótese reflete muito mais o que acontece.

Um exemplo gritante está nesta matéria, que tem como fonte o jornal Estado de São Paulo, e que se espalhou pela internet, onde o título informa o leitor que a auditoria que o PSDB fez nas urnas eletrônicas concluiu que não houve fraude no pleito eleitoral de 2014, deixando, para aqueles que costumam ler apenas os títulos da matéria, a plena convicção da lisura do sistema de votos brasileiro.

Ocorre que, basta passar os olhos na redação do texto para verificar que o título, que deveria ser uma síntese do que nele está contido, não reflete o que realmente aconteceu. Isso porque ele transmite duas informações fundamentais sobre a auditoria feita pelo PSDB: a) a de que os auditores concluíram que, em relação à fraude, os resultados são inconclusivos; b) e que as urnas eletrônicas não permitem uma auditagem completa.

Qualquer pessoa que saiba ler verifica, diante da matéria, principalmente sem a influência do título, que os auditores não chegaram à conclusão de que não houve fraude. Pelo contrário, eles chegaram à clara conclusão de que é impossível dizer se houve fraude. Entre isto e o título apresentado há uma distância muito grande.

O que o jornalista que publicou a matéria pretende? Seria ele uma analfabeto funcional? Bom, analisando sua escrita, não me parece isso. Então, fica claro que o título escolhido só pode ter uma função: criar uma realidade que engane o leitor. Isso quer dizer que trata-se de uma fraude completa. O jornalista, e quem mais colaborou para tal publicação, é responsável por uma mentira deliberada, feita com o único intuito de enganar os próprios leitores.

O que talvez ele não perceba, mas que está contido na matéria, é que a auditoria do PSDB acabou concluindo, mesmo sem saber, que o sistema de votos brasileiro não é confiável e muito menos democrático. Se a urna eletrônica não é completamente auditável, isso obviamente significa que ela não presta para uso em eleições. Até porque, como eu já escrevi em outro momento, não basta para uma democracia que suas eleições sejam declaradas justas, mas todo o sistema deve ser passível de auditoria para que haja, também, uma sensação de justiça e segurança que legitime o pleito. Se as urnas não podem ser auditadas, isso significa que as eleições são, no mínimo, suspeitas e, certamente, anuláveis. Será tão difícil entender isso?

É isso o que ocorre no Brasil e ainda que, no relatório final, os auditores digam que não houve fraude, os motivos para uma conclusão desta não existem. Na verdade, o que eles apuraram permite apenas duas conclusões, as quais aproveito para oferecê-las, como título, ao jornal: 1) Auditores do PSDB concluem que urnas eletrônicas não são auditáveis; 2) Auditoria do PSDB conclui que urnas eletrônicas não são confiáveis.

Escolham o melhor!

Falastrões debatedores

Quem já tentou debater com uma pessoa ignorante sabe o quão desgastante pode ser tal experiência. Quando me refiro a ignorante, quero dizer daquela pessoa que não tem a mínima noção do que está falando, no entanto, acredita, sinceramente, que é um expert no assunto. Diante disso, não perde nenhuma oportunidade para dar palpites, mesmo que ninguém tenha sequer cogitado a conveniência de sua intervenção.

E se engana quem acredita que esta é uma espécie rara. Muito pelo contrário, seu tipo tem se reproduzido de tal maneira por estas terras, que é quase impossível, após alguém dar alguma opinião coerente sobre alguma coisa, não surgir alguns exemplares deles, dando a conhecer aquilo que se encontra armazenado em suas entranhas.

Para os pertencentes do tipo, a necessidade de emitir opiniões é infinitamente mais forte do que a vontade de conhecer, causando, neles, uma angústia enorme, forçando-os a expelirem a matéria que se encontra já apodrecida em seus intestinos, não deixando dúvidas, para quem passa por perto, por causa do mal estar causado pelo conteúdo compartilhado, que estiveram por ali.

O pior é que são arrogantes, mas isto tem uma explicação lógica. Como o que eles possuem dentro deles é algo muito limitado, aquilo que sabem lhes parece tudo. Sendo assim, não é difícil concluírem que sabem tudo. Por causa disso, não sentem nenhuma necessidade de aprender, ao mesmo tempo que sentem-se absolutamente seguros para falar tudo o que pensam. O resultado é a expelição de tudo aquilo que ruminam, contaminando, onde quer que o façam, o ambiente.

Quem já mexeu com um gambá sabe o quanto pode ser desagradável o odor que ele expele. Quem já segurou uma joaninha sabe que seu cheiro pode impregnar nas mãos por um bom tempo. Mas muito pior é tratar com a espécie relatada acima. Enquanto aqueles simpáticos animais afetam, no máximo, nossos sentidos mais superficiais, os falastrões debatedores têm a capacidade de destruir o humor e paciência de qualquer um.

Por isso, a tolerância não é a melhor maneira de lidar com eles. A melhor solução é, sem nenhum dúvida, expeli-los antes que se manifestem.

Publicado originalmente no Liceu de Oratória

Para o esquerdista a culpa é sempre do outro

Colocar a culpa dos males sociais no sistema é uma retórica herdada dos utopistas, mas que caiu como uma luva para justificar as canalhices praticadas pelos novos socialistas. Eles aprontam de tudo: roubam, fraudam, corrompem, mentem e matam e depois, quando pegos, quando sua atuação maligna é descoberta, dizem que o sistema precisa ser mudado, que deve haver reformas estruturais e que é preciso criar leis para impedir o crime. Ou seja: fazem o diabo e depois culpam o capeta. Só cai nessa conversa quem é muito ingênuo e não percebe que as esquerdas jamais assumem seus erros. Fazem o inferno na terra, mas, no final, sempre arrumam um bode para assumir seus próprios pecados.

Todas as utopias são anticristãs

As utopias antigas acreditavam que o homem poderia ser reconduzido a um estado de perfeição, principalmente por meio de correções no que era identificado de falhas no sistema existente. Este foi o seu erro fatal. Por isso, considero-as, sem exceção, anticristãs. Simplesmente porque elas abrem mão de um dado essencial da revelação evangélica: de que todos somos seres decaídos e continuaremos sendo até que haja a redenção das almas. Portanto, não há leis, nem estruturas sociais, nem formas de governo que possam mudar isso. Não há utopia que possa transformar em realidade uma mentira. Este mundo não é perfeito e continuará não sendo. Nenhuma mudança nas estruturas sociais mudará isso. Não existe mais paraíso nesta terra.

A preguiça e a safadeza da ignorância

As pessoas não fazem nenhum esforço para entender as insanidades deste mundo. Pelo contrário, agem como se tudo estivesse na mais perfeita normalidade. Quando, porém, a realidade bate em suas caras, esbofeteando-as, ao invés de acordarem e tomarem a decisão de começar a se esforçar para entender as coisas, ficam apenas reclamando que o mundo está muito louco, que as coisas estão erradas etc. Minha conclusão é que na ignorância existe uma grande dose de safadeza e uma amontoado de preguiça.

Um velho de meia-idade e o preconceito contra a transidade

Eu me sinto um velho em corpo de meia-idade. Os testes psicológicos dizem que tenho 80 anos. Sou um transidade. Posso parar meu carro na vaga de idosos? Posso andar de ônibus de graça? Me negar isso é preconceito. Se um homem pode falar que está no corpo errado, que se vê como uma mulher e quer os direitos desta, vou começar exigir a minha meia-entrada e meus benefícios da velhice.

Os papéis sociais e o indivíduo

É realmente impressionante como as pessoas se identificam com seus papéis sociais, se incomodando mais quando estes são criticados do que quando elas mesmas são atacadas. Basta, por exemplo, ouvirem algum comentário crítico em relação à Psicologia e os psicólogos se alvoroçam. Se falam algo do catolicismo, os católicos se incomodam. O mesmo acontece com libertários, protestantes, petistas, espíritas, maçons, corinthianos, frequentadores da associação de bairro ou qualquer outra pessoa pertencente a um grupo específico. As pessoas, na verdade, já não conseguem se ver como indivíduos e apenas se reconhecem como partes dos coletivos. Por isso, falar destes, aos quais pertencem, as agride. É como falar delas diretamente.

Como eu não estou nem aí para os papéis sociais que exerço, como advogado, professor, blogueiro, protestante ou seja lá mais o que for, não me incomodando, nem um pouco, quando esses tipos são criticados, me assusta essa defesa apaixonada que as pessoas fazem de suas profissões, de suas funções, de seus cargos, de seu grupo. Isso, para mim, representa, nada mais, que um grande vazio existencial. Só isso.

O papel social até pode refletir a identidade da pessoa, mas é incapaz de defini-la. Isso porque o indivíduo é e está muito além de qualquer função ou profissão. Qualquer atividade pode abarcar apenas uma parte da existência de alguém. Agir, portanto, como se ela fosse o fim da vida de um sujeito ou sua definição é de uma pobreza espiritual incrível.

Quando o papel social passa a ser o definidor do indivíduo, é óbvio que aquilo que o identifica passa a ser valorizado, elevado a uma importância acima de todo o resto. Não é à toa que as pessoas reverenciam tanto os títulos, os diplomas e as denominações dos cargos. Estas coisas passaram a ser um caminho mais rápido e mais simples para ser alguém, para se ter algum sentido na vida. O problema é que quando essas manifestações exteriores, ao invés de serem indicadores do que as pessoas fazem, passam a ser os definidores do que elas são, ninguém mais se preocupa em ser alguém de verdade. Basta o rótulo e tudo estará resolvido. Por que vocês acham que estamos tomados de tanta superficialidade?