Categoria: Comunicação

Comunicação

Como um cão que fareja a migalha

O escritor tende a mergulhar dentro de si para buscar as melhores ideias. Na sua mente acredita estarem os dados necessários para expor sua criatividade. Prefere isolar-se em seu próprio mundo, evitando que a dispersão do ambiente lhe atrapalhe.

Nós mesmos temos essa visão do escritor. Imaginamo-lo absorto em seus pensamentos, cerrado em seus raciocínios. Parece até que se esconder dentro de si faz parte do seu ofício.

Mas o escritor isolado tem seus inconvenientes. Não raro, esse insulamento gera uma desconexão com as questões relevantes da sociedade. Afastar-se do mundo para escrever pode fazê-lo perder o liame com a vida real, a vida das pessoas de verdade. E quando isso acontece, é muito provável que seus escritos se tornem irrelevantes.

Isso não quer dizer que o escritor deva mergulhar, de corpo e alma, na vida terrena. Sempre é preciso algum afastamento, algum espaço para procurar dentro de si aquilo que a agitação exterior dificulta obter.

Mas, ao mesmo tempo, o escritor precisa estar atento ao que ocorre em sua volta. Como um cachorro que sente o pedaço de pão em baixo do sofá e cavouca até conseguir o seu prêmio, o escritor precisa farejar as migalhas do cotidiano que são, na verdade, o que realmente importa.

Porque a realidade acontece na vida diária e é dela que se extrai o material que vai dar ao escritor o que ele precisa dizer. Não adianta ficar apenas dentro de seu universo interior, tentando tirar tudo dali. Por mais diverso que seja seu conhecimento, o mundo vai sempre conter infinitamente mais elementos do que sua cabeça.

O que fornece conteúdo às ideias de um escritor é um amálgama do que está em sua mente e os dados da vida que não cessam de alimentá-la. É a isso que se chama criatividade. Por isso, não é possível ser criativo sem viver a vida, sem nutrir-se dela.

Não quero dizer que o escritor deva render-se ao mundo. Mas até para confrontá-lo é preciso envolver-se com ele.

Tudo importa para a oratória

A formação de um bom orador vai muito além do desenvolvimento de sua fala. Basta considerar que a fala é apenas a expressão do pensamento, portanto, é a ponta final de um processo que se inicia muito antes da verbalização.

Se testemunhamos uma infinidade de oradores medíocres, isso deve-se menos a algum problema na capacidade de falar, mas principalmente por uma formação intelectual defeituosa.

Quando Quintiliano, em sua Instituição Oratória, afirma que “para a oratória, tudo importa”, ele apenas está ressaltando que a boa comunicação é fruto de uma preparação intelectual, cultural e moral do indivíduo que, idealmente, deveria ter início ainda na infância.

É por esse motivo que sua obra aborda muito mais do que as técnicas e conhecimentos necessários para falar bem; ela imiscui-se nos meandros da pedagogia, do aconselhamento e do treinamento intelectual que são como que o alicerce indispensável para preparar um grande orador.

Em minha atividade como professor de Oratória, essa abordagem ampla é o que tem me inspirado. Por isso, não me detenho no ensinamento apenas do que se deve saber para falar bem em público, mas preocupo-me com o fortalecimento da vontade, do descobrimento dos melhores meios de estudo, do desenvolvimento da capacidade lógica e dos métodos para a organização do pensamento.

Mas não tenho escrúpulos de ir além e tratar de temas que, em princípio, podem parecer distantes da formação de um bom orador, como a reflexão analítica e a espiritualidade. Afinal, como diz o mesmo Quintiliano, “a maior parte da eloquência reside no espírito”.

O fato é que tudo importa para o orador. Até porque falar não é uma opção, mas o exercício essencial da vida em sociedade e o elemento primordial da própria construção de qualquer civilização.

Falar bem é fundamental

Saber falar em público não é uma capacidade como aquelas que se agregam ao currículo e que servem mais para ostentação do que para o uso. Não é uma habilidade que se pode adquirir por acréscimo, daquelas que podemos decidir se a teremos ou não.

Há quem pense que aprender a falar em público é um implemento acessório, que pode até ajudar na oferta de outras atividades, mas que não é primordial. Ledo engano! Saber comunicar-se não é complemento, é fundamento. 

Ter a capacidade de se dirigir às outras pessoas, de maneira inteligível, é o requisito básico para o exercício de qualquer atividade. Quem não sabe se fazer minimamente compreensível prejudica tudo o que realiza.

É por isso que há tantos gênios esquecidos e medíocres ovacionados. Estes souberam se fazer compreender; aqueles fecharam-se em sua própria genialidade. 

Não que eu esteja louvando a mediocridade. Apenas quero que fique claro que a capacidade de comunicação suplanta até mesmo deficiências. Imagine, então, o que ela não pode fazer com as qualidades!

Quem fala bem é tido por inteligente – mesmo que não o seja. Quem fala bem é compreendido. E isso ajuda a resolver boa parte dos problemas que surgem. Afinal, é a má comunicação a origem de muitas confusões. Quem fala bem, além de tudo, é mais capaz de tornar real aquilo que pensa. Afinal, quem consegue expressar os conteúdos do pensamento tem mais condições de fazer conhecido o que se quer. 

Sejamos honestos: falar bem é poder. A autoridade é sustentada pela expressão clara e firme. o vacilo, nesse caso, é fatal.

Não há, portanto, porque adiar o desenvolvimento da capacidade de falar em público. Esperar é jogar para um futuro incerto o que é essencial agora.

Aliás, enquanto não se corrigir isso, o futuro sequer virá.

Realidade desgastada

Não há qualquer garantia de que o que o ouvinte está absorvendo seja exatamente igual àquilo que o orador está falando. Ainda que esse orador fizesse uma descrição detalhada do seu gato, por exemplo, e na audiência estivesse um exímio desenhista, nada poderia assegurar que esse desenhista conseguisse reproduzir, no papel, exatamente o felino descrito.

Um conteúdo nunca chega na mente do receptor da mesma maneira que estava na mente do emissor da mensagem. Não se faz telepatia. O que o receptor recebe é uma versão dos fatos, das imagens, das ideias e dos sentimentos que constam na cabeça do emissor.

Entre a captação, pelo orador, na realidade, daquilo que vai ser compartilhado e a absorção de sua descrição pelo ouvinte haverá sempre algum tipo de perda. A realidade invariavelmente chega ao interlocutor desgastada. Imagine um viajante que se encontre em algum lugar remoto do planeta e, sem qualquer instrumento com o qual possa registrar o que vê, se depare com um animal desconhecido. Primeiro, ele tenta registrar essa imagem em seu cérebro. Não será um registro perfeito, porque muitos detalhes acabarão ficando de fora. Depois, ele precisa manter essa imagem na memória, o que causa certas modificações nela, pois a memória humana caracteriza-se por ser fugidia, por ser falha. Então, haverá a necessidade de decodificar essa imagem em linguagem, o que certamente fará com que o viajante se depare com as limitações linguísticas que empobrecerão o conteúdo. A próxima etapa é contar para seu amigo sobre o animal exótico – o que exigirá dele não apenas a capacidade de se expressar corretamente, mas de transmitir o sentimentos e detalhes não lógicos envolvidos na sua experiência. E, por fim, há o problema de como o amigo vai compreender tudo, afinal, nem mesmo as descrições mais óbvias, como as relativas a cores e formas, são entendidas da mesma maneira por todas as pessoas, que possuem referências diversas sobre coisas semelhantes. O resultado, portanto, é que o ouvinte, quase sempre, acaba retendo algo bastante diferente da realidade original. O animal exótico impresso na mente do amigo do viajante provavelmente será bastante diferente do animal exótico que o viajante viu de fato.

O que o orador pode fazer, diante da perda que a realidade sofre no processo até à mente do ouvinte, é apenas diminuir os efeitos desse desgaste. Nunca haverá uma expressão exata. Será sempre uma versão. Ainda assim, é possível esforçar-se por fazer com que essa versão seja o mais próximo possível da realidade.

Para isso, o orador se servirá dos instrumentos da comunicação, que são aqueles que eu denominei de elementos decodificadores (as palavras, os sinais, os símbolos), que serão os responsáveis por tomar o conteúdo que se encontra em sua mente e entregá-los para seus ouvintes. E quanto melhor os usa, de maneira a aliviar esse desgaste que sofre a realidade, melhor será sua exposição.

(Aula do meu curso de Oratória)

Falar não é pensar

Conhecer algo não assegura conseguir expor esse conteúdo conhecido de maneira clara. O que parece muito certo na cérebro pode tornar-se bastante confuso ao sair pela boca. Há muita gente, sabidamente instruída, que, no momento de compartilhar seu conhecimento, é ininteligível. O que mais há são eruditos incompreensíveis. Isso porque pensar é uma coisa, comunicar é outra completamente diferente. 

O conhecimento, enquanto na mente, caracteriza-se pelo caos. Sabemos muitas coisas, mas esse conteúdo encontra-se ali de maneira confusa. Não pensamos de forma organizada – o que não significa alguma falha em nossa forma de pensar. Simplesmente, a natureza do pensamento não se caracteriza por se deter à ordem, mas pelo dinamismo e pela versatilidade; a ordenação, nesse caso, limitaria-o.

Comunicação exige organização. Quem comunica algo não pode simplesmente pegar as ideias avulsas que povoam sua mente e lançá-las sobre seu interlocutor. Para ser inteligível, é preciso expor o conteúdo respeitando às regras da linguagem e da lógica. Palavras seguem palavras e ideias seguem ideias conforme uma sequência que permita não apenas serem compreendidas individualmente, mas também em seu conjunto, na relação de umas com as outras.

O conhecimento não é confiável quando é preciso expo-lo. Não poucos mestres tropeçam nessa arrogância, acreditando que por que sabem, não terão problemas em compartilhar o que sabem. Um talento superior pode ter a capacidade de organizar o conteúdo do pensamento no momento que o está comunicando. Isso, porém, é raro. Tentar falar de improviso pode ser uma armadilha, principalmente para os mais inteligentes; e geralmente resulta em confusão. 

Do caos, que é da natureza do nosso pensamento, não pode surgir espontaneamente a ordem exigida pela comunicação. É preciso que haja uma intermediação da inteligência organizando tudo. Por isso, eu sempre aconselho a quem for compartilhar suas ideias que, antes, as exteriorizem para si mesmo, preferencialmente por meio da escrita. Dessa forma, terá a oportunidade de visualizá-las e organizá-las, afastando assim a confusão característica de quando elas apenas residiam na cabeça. 

A feiúra dos textos jurídicos

Os textos jurídicos brasileiros são feios. Não apenas esteticamente desagradáveis, mas confusos, prolixos e difusos. Uma pessoa sem sensibilidade de escrita, ao se deparar com o pedantismo e a aparência de grandiloquência dos escritos dos advogados e juízes, pode até acreditar que se trata de uma boa redação, mas quem entende da arte de escrever sabe que os textos jurídicos brasileiros são, em geral, muito mal escritos.

Os juristas não sabem escrever porque, em primeiro lugar, sofrem com a má formação básica. O nível médio da escrita do brasileiro é sofrível. No entanto, essa deficiência não é sequer aliviada nas faculdades de Direito. Por mais que escrever seja o instrumento fundamental do advogado e do juiz, durante todo o período de sua formação, ele receberá apenas algumas dicas esparsas, dadas por algum professor especialmente preocupado com essa questão. Em geral, porém, esse aluno vai ter de desenvolver sozinho sua maneira de escrever, sem nenhuma orientação.

A escrita que os alunos de Direito desenvolvem dentro da faculdade se dá por mera imitação dos textos de seus antecessores – que já não são um primor de estilo e concisão. Porém, é uma imitação por quem não tem a mínima ideia do que está fazendo. O resultado acaba sendo uma caricatura daquilo que já não é uma referência de beleza. Os textos jurídicos são feios porque são uma má imitação de outros textos que também são feios.

A ausência do ensino da técnica de escrita nas faculdades de Direito é uma falha imperdoável. O ofício do jurista não é apenas a interpretação das leis, mas a expressão dessa interpretação. Seu trabalho só se completa quando ele exterioriza, de maneira clara e coerente, o entendimento que teve da lei. Se ele não souber exteriorizar essa interpretação ela não servirá para nada. Uma interpretação, por mais correta que seja, se está apenas na cabeça do jurista não tem função alguma.

As faculdades de Direito priorizam a interpretação das leis. Aliás, praticamente só ensinam isso. Como não dão qualquer orientação sobre a expressão e a escrita, o resultado acaba sendo essa multidão de peças jurídicas confusas e mal redigidas. E o maior exemplo se encontra no mais alto escalão do poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal. O que se ouve em suas sessões é um festival de pedantismo e prolixidade.

Antes de ensinar sobre leis, as faculdades de Direito deveriam dar essa mensagem para seus alunos: “Vocês não são escritores. Portanto, expressem-se da maneira mais simples, mais objetiva, mais clara possível. E, acima de tudo, sejam humildes. Não tentem escrever acima das suas capacidades. Entendam que nada ofende mais a boa expressão do que tentar dizer o natural de maneira pomposa”.

A aventura da escrita

Uma das coisas mais estimulantes ao se estudar escrita é que você nunca pára de tentar aprimorar sua técnica.

Isso porque um texto nunca é uma obra finalizada. Sempre que o escritor se dispõe a mexer nele, ele estará disponível para ser melhorado. Até por isso dizem que o escritor nunca termina um texto, mas abandona-o.

É que os textos não são apenas palavras ordenadas e obedientes às regras gramaticais. Textos são, antes de tudo, exposições de expressões humanas que estão sujeitas a todo tipo de nuances e sutilezas.

Na comunicação humana, especialmente no uso da linguagem, pequenos detalhes, ínfimas alterações, mudanças enfáticas e disposições diversas podem dar sentidos completamente diferentes ao que se está querendo dizer. Perceber essas sutilezas e ter sensibilidade para trabalhar com elas é o grande desafio do escritor – e o que o torna grande.

Não há um texto em relação ao qual eu me disponha a trabalhá-lo e, por mais simples que ele seja, não me ofereça um grande desafio. Tudo isso torna o estudo da arte da escrita uma aventura.

Por isso, escrever é minha paixão e o desafio de tentar tornar essa paixão uma obra de arte é o meu estímulo de todo dia.

Muita influência, pouco conteúdo

Que as palavras têm poder é uma verdade que pode ser afirmada em vários níveis. Se esse poder existe em um plano espiritual, eu não sei dizer, mas é certo que, quando se trata dos negócios meramente humanos e visíveis, a história já demonstrou que livros e discursos podem tocar fogo no mundo. Por esse motivo, muitas pessoas ficam tentadas a aprender a usar as palavras para exercer força e assim manipular os outros. Desse desejo nascem estelionatários intelectuais que, cientes do poder das palavras, usam-nas para ludibriar as pessoas e conduzirem-nas até onde os objetivos personalistas e tirânicos deles determinarem.

Se homens como Robespierre, Lenin, Gurdjieff, Hitler, Fidel e Osho usaram das palavras para tornarem-se poderosos a ponto de movimentar a roda da história segundo seus desejos, isso deveu-se menos ao conteúdo do que diziam, mas à confiança que eles tinham no poder das palavras que proferiam. A eficácia das palavras está, principalmente, em saber usá-las. A força delas reside, em grande parte, na autoridade de quem fala.

Diante disso, pessoas comuns, ao testemunhar o que homens poderosos alcançaram com seus discursos, ficam encantadas com a força que as palavras possuem e anseiam adquirir a mesma capacidade de manipulá-las. Saber falar em público tornou-se o poder mágico a ser conquistado. Poucas se importam sobre o que falar, mas sim como falar. Poucas pensam em informar, mas muitas querem influenciar.

O sucesso de tantos fraudadores intelectuais que, inversamente proporcional à relevância de seu conteúdo, obtêm reconhecimento público, tem sido a inspiração para uma multidão de gente que quer também ser reconhecida, mas sem precisar passar pelas agruras do esforço cognitivo necessário para ter algo de importante para compartilhar.

Se vivemos o paradoxo da avalanche de conteúdos e, ao mesmo tempo, escassez de relevância, isso deveu-se à inversão da prioridade, que colocou a capacidade de influência antes da busca por conhecimento. O sonho de qualquer garoto, hoje em dia, não é ser um gênio, mas um influencer. Todos querem ser referência, não pelo que sabem, mas pelo quanto são notados pelos outros. Obviamente, se o que importa mais é o efeito sobre o ouvinte do que o material a ser apresentado, o resultado será inevitavelmente pouca profundidade e muita apelação.

Escrita organizadora

A escrita, para alguém que costuma refletir com alguma profundidade sobre a vida, tem uma função muito bem definida.

É que as ideias, enquanto estão ainda em forma de pensamentos, residem na mente de maneira confusa.

O conhecimento, quando na mente, não costuma estar ordenado. Ainda que saibamos algo, esses dados estão soltos dentro de nós. Sabemos que sabemos, temos consciência que conhecemos, mas apenas quando precisamos comunicar o assunto é que percebemos que esse conhecimento não tem ordem, mas trata-se de um emaranhado de ideias que, de alguma maneira, interconectam-se.

Geralmente, apenas quando precisam ser expostas, é que as ideias recebem alguma ordenação. Só quando um pensador escreve o que pensa é obrigado a se preocupar com a ordem e a coerência de seus pensamentos.

Assim, escrever, passa a ser, antes de uma necessidade de compartilhamento, uma necessidade de ordenação. O escritor escreve para, antes de tudo, arrumar a bagunça que existe em sua própria cabeça.

Essa, pode-se dizer, acaba sendo a primeira função da escrita: organizar o que até ali era apenas confusão.

A função terapêutica da escrita

Fiquei fora do ar durante esta semana por um problema de saúde ocorrido com minha sogra, o que me fez ter de participar do cuidado de vários trâmites necessários para sua recuperação.

Depois de quatro dias correndo para todos os lados e não tendo tempo para nada mais, falei para minha esposa que precisava parar um pouco para escrever.

Ela não entendeu essa afirmação, de princípio – como que uma pessoa, que tem tanta coisa para fazer e com tantas preocupações para resolver, pode pensar em parar para escrever qualquer coisa e achar que isso tem alguma importância?

Então, expliquei para ela como escrever tinha, para mim, uma função terapêutica. Meus leitores, no fundo, são como meus psicólogos, que me escutam, me analisam e até, de alguma forma, me aconselham.

Explico esta última parte: o aconselhamento da audiência faz-se por meio de minha própria consciência. Um escritor precisa saber para quem escreve e, ao preparar-se para sua audiência, antecipar-se ao julgamento que ela fará sobre seu escrito. Assim, ao mesmo tempo que escreve, julga-se, censura-se, elogia-se – com seus leitores agindo sobre ele por meio de sua própria consciência.

Assim, escrever não é apenas um ato de expressão, mas de troca. Os leitores, reais e ideais, estão como ao lado do escritor, aconselhando-o, redarguindo, exortando-o e direcionando-o.

Era isso que estava me fazendo falta e que eu precisava resgatar. Depois de quatro dias de silêncio, a fim de recobrar minhas energias mentais, eu precisava separar este tempinho para registrar algumas ideias.

Claro, acompanhado de vocês que, sabendo ou não, estão sempre aqui ao meu lado enquanto escrevo.