Certeza inabalável de gente inigualável

Fazer perguntas, levantar questionamentos, confessar dúvidas e estar disposto a mudar de opinião são atitudes vistas com desconfiança pelo brasileiro. Quem faz isso, logo é acusado de sonso e sentenciado como alguém que quer enganar os outros. A parcimônia opinativa é vista como fraqueza e a suspensão do juízo como vacilo.

Aqui, há uma profusão de jovens recém saídos dos bancos escolares ginasiais que possuem uma convicção inabalável sobre todos assuntos. Em suas mentes prodigiosas, não existe espaço para um milímetro de nebulosidade, nem um minuto de incerteza.

Confessar em meio a essa gente que há diversos assuntos sobre os quais o juízo não está completo, sobre os quais ainda não se chegou a uma conclusão é visto com suspeição. Quem não tiver decidido, irrevogavelmente, a religião que segue, o partido que vota, a ideologia que defende e o time que torce é um frouxo, um tonto, que não merece sequer participar da vida pública.

Por estas terras não se faz perguntas, não se observa de forma isenta, não existe neutralidade. Tudo é preto no branco, sim ou não, certo ou errado. Não há graus, não há níveis, não existe proporção.

O Brasil é o país das pessoas mais bem resolvidas do mundo. Aqui, todo mundo sabe exatamente o que quer, no que acredita e entende perfeitamente como as coisas são.

Não são realmente inigualáveis os brasileiros?

O America First, de Donald Trump

O “America First”, de Donald Trump, em termos econômicos, nada mais é do que a possibilidade de oferecer ao país uma posição de negociação semelhante a qualquer empresa comercial.

Explico: toda empresa que entra em uma mesa de negociações busca seus próprios interesses. O objetivo é conseguir, para si, as melhores condições, que lhe deem os maiores ganhos e que lhe possibilitem os menores custos.

Nisso, obviamente, é necessário ceder em alguns pontos, já que do outro lado encontra-se outra empresa com os mesmos objetivos e buscando as mesmas vantagens.

Ainda assim, nesses acertos comerciais, invariavelmente, todas as partes saem satisfeitas. Acreditam que cederam até onde era possível e ganharam o que lhes era permitido, conforme as circunstâncias.

Em geopolítica, porém, evita-se aplicar essa mesma maneira de negociação. Como forma de teoricamente equilibrar o jogo, permitindo que países mais pobres possam participar das negociações em condições de igualdade, criou-se a ideia de que as negociações devem ter como objetivo não os próprios interesses das nações, mas a busca de um equilíbrio que, de alguma maneira, promova a justiça entre os povos.

O resultado dessa visão acabou sendo o desfavorecimento das nações mais ricas, sem, necessariamente, favorecer as mais pobres. Quem ganha, de fato, nesse jogo, são os países mais espertos, como a China, com seu comunismo de Estado e semi-escravidão de seus trabalhadores, que aproveita a impossibilidade dos países ocidentais de impor seus interesses, para levar vantagem.

Que cada país busque seus próprios interesses é um princípio que foi desprezado veementemente pelos globalistas e espacialistas em relações internacionais. E agora que Trump promete resgatar isso para os Estados Unidos, boa parte do mundo fica em polvorosa.

Donald Trump e o New Deal de Franklin Roosevelt

O analista político Alexandre Borges detectou diversas semelhanças entre o discurso de posse do presidente Donald Trump e a retórica do New Deal, de Franklin Rossevelt.

De fato, elas existem! A convocação do povo, a colocação do país como uma força superior, o alvoroço nacionalista e todas essas coisas que lembram bastante a proposta do ex-presidente americano estiveram presentes em sua fala.

No entanto, é preciso fazer duas ressalvas:

Primeiro, os tempos são outros! Roosevelt assumiu no período entreguerras, quando o fascismo era um tipo novo de visão política e ainda não desmoralizado, como ficou após o fim dos conflitos. Pelo contrário, o fascismo, apesar de não ter sido assumido por todos, se apresentava como um modelo plausível, uma nova esperança após a Grande Depressão e os efeitos da Primeira Guerra. O fascismo não causava o rechaçamento de hoje, nem era um símbolo de autoritarismo malévolo, se tornando, inclusive, uma forma de xingamento, como o é agora.

Assim, dificilmente Trump teria espaço para implementar um programa fascista, pois não teria, obviamente, o apoio dos democratas e, muito menos, dos próprios republicanos. Não há lastro político para isso. A perspectiva política atual não o permite.

Segundo, as propostas de campanha de Donald Trump, principalmente no campo econômico, são liberais o bastante para afastar qualquer semelhança com o New Deal. É que, diferente da simbiose estatal-corporativista do New Deal, Trump promete mais liberdade econômica interna e rebaixamento da intervenção estatal no mercado, inclusive com diminuição de impostos. Enquanto Rossevelt colocou o Estado como a maior empresa americana, o novo presidente promete tirar o governo, o máximo possível, do mercado. Rossevelt quis criar empregos por meio das obras públicas e do dirigismo econômico, Trump fala em deixar as empresas moverem o mercado livremente.

Diante disso, apesar das aparências, não me parece que há porque se preocupar demais com uma guinada fascista no governo de Donald Trump. Na verdade, se ele cumprir suas promessas de campanha, a semelhança com o proto-fascismo rooseveltiano não passará de uma semelhança estética e não fará mal nenhum à sociedade americana.

A reação óbvia ao modelo globalista

Os analistas a favor da globalização não cogitam que essa onda antiglobalização talvez não seja contra a globalização em si, mas contra o modelo globalista implantado.

Até porque as pessoas não tem nenhum problema em participar de um mercado globalizado, de comprar produtos estrangeiros ou de ver os produtos do seu próprio país concorrendo com produtos de fora. O que elas não gostam é de perceber que esses mesmos concorrentes estrangeiros possuem vantagens e privilégios que os empresários de seu país não têm. Continue Reading

A universidade é mesmo necessária?

A universidade é mesmo necessária? É válido o sacrifício de deixar boa parte das próprias economias e muito do suor e energia para algo que promete abrir as portas do mundo inteiro, mas entrega muito menos até daquilo que seria sua obrigação?

Há tempos, ao menos no Brasil, a universidade deixou de ser o principal local de difusão do conhecimento. Aquela ideia da academia, onde se encontram os gênios e de onde sai a elite pensante de um país, se tornou apenas um símbolo, uma intenção, mas que já não representa, de maneira alguma, a realidade.

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A violência da cultura do ressentimento

Desenvolveu-se a ideia da vingança, do suposto resgate histórico, que coloca as minorias em conflito com o que dizem ser a maioria opressora. Nisto, toda ação contra os representantes dessa maioria não é mais vista como crime, mas justificada pelo débito que afirmam existir.

Isso foi criado por uma cultura de ressentimento que, longe de fazer nascer direitos, conciliação e consciência, como é prometido, apenas frutifica um ódio que acaba por acobertar qualquer violência praticada contra os tipos representantes da suposta maioria. Não é por acaso que os crimes cometidos contra brancos e cristãos são tratados com desdém.

Não há grupo mais perseguido no mundo inteiro como o dos cristãos. São centenas de milhares mortos todos os anos por causa de sua religião. Ainda assim, tal notícia é praticamente ignorada ou sutilmente transmitida. E mesmo quando algo é informado, não causa qualquer tipo de escândalo.

Basta, porém, um negro, um homossexual, até mesmo criminosos ou até um cachorrinho, serem vítimas de alguma violência e as vozes se levantam horrorizadas. Justo que assim seja! No entanto, o disparate em relação à reação quando a vítima não pertence a esses grupos ditos minoritários só pode ser entendido como o resultado da visão ressentida, ainda que inconsciente, de que fazem parte de um tipo historicamente opressor e, assim, seus representantes não teriam o direito à mesma compaixão, mas à vingança.

Isso cria na sociedade uma divisão que, longe de refletir um progresso, com a diminuição das diferenças e aumento da fraternidade, apenas estimula mais ainda a existência de conflitos étnicos, raciais e religiosos. Não é por acaso, nessas circunstâncias, o ressurgimento dos grupos radicais,como os neo-nazistas.

E não adianta denunciar esses radicais como se fossem a imagem mesma da velha opressão denunciada. Pelo contrário, são o resultado óbvio da provocação feita pelos militantes ideológicos. Se há novos extremistas é porque aqueles que se dizem vítimas não tentaram a conciliação, mas fizeram com que sentimentos, que pareciam arrefecidos, aflorassem.

A revolta juvenil de um hemisfério desorientado

O cristianismo deu à luz a cultura que pariu a sociedade que rejeita, como um adolescente revoltado, seus próprios pais. Foi de dentro da cultura cristã que nasceram as ideias que tentam, até hoje, e cada vez com mais afinco, mostrar que o cristianismo não foi tão importante e, pelo contrário, representa o que há de obscurantista e atrasado.

Ingrata, a sociedade ocidental tem feito de tudo para desprender-se daquele que tudo lhe deu, inclusive aliando-se a seus inimigos. Por isso, não surpreende o crescente interesse pelas culturas orientais e a permissividade que se observa em relação aqueles que declaram ódio a seu modo de vida. Quando testemunhamos, por exemplo, o esforço por proteger o Islã da acusação de terrorismo, vemos o quanto as pessoas do Ocidente têm se esforçado por preservar seu próprios algozes.

O ódio que a sociedade moderna ocidental tem ao que é cristão só pode ser explicado por um rebeldia juvenil, um desejo estúpido de autonomia que, longe de oferecer liberdade, a lança nos braços de aliciadores. Acreditando que está ganhando sua independência, na verdade está se escravizando. Foge de quem lhe protegeu para deitar-se com quem lhe quer morta.

O Ocidente, se não voltar correndo para seu próprio lar, se não abandonar esse sonho de independência, se não reconhecer que sem respeitar suas origens nada é, se submeterá aqueles que querem abertamente sua destruição. Enquanto não perceber que negar a religião que lhe forjou é o mesmo que negar sua própria identidade, o Ocidente seguirá, a passos largos, para sua extinção como sociedade como a conhecemos.

Por isso, conforme o rumo dos acontecimentos, é bem provável que não tardará para que essa sociedade transloucada perceba o erro que cometeu e clame pelo socorro de sua genitora: a religião que ela fez de tudo para ser esquecida.

 

A leviandade dos atuais teólogos protestantes

palestraTeólogos protestantes, por conta da liberdade que possuem, principalmente como consequência do princípio reformado da livre análise das Escrituras, muitas vezes ultrapassam a linha do bom senso e acabam criando verdadeiras deformidades hermenêuticas.

Como no caso do badalado pastor Ed René Kivitz que, replicando uma ideia que surgiu em outros meios protestantes estrangeiros, conseguiu enxergar uma conversa com conotação maliciosa, típica de filmes pornô amadores, entre Cristo e a samaritana, muitos outros teólogos arriscam-se em interpretações bíblicas bastante heterodoxas, não sentindo nenhum pudor em expô-las mesmo diante de um grande público.

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A tática do caos na Europa

Na Europa, estão fomentando o caos social. A tática parece ser a seguinte: facilita-se a imigração, causando um choque cultural forte, importando o barbarismo árabe para um mundo que considera-se a última manifestação da civilidade, fazendo, assim, levantarem-se movimentos contrários, claramente xenófobos e com ideologias raciais, levando os países à beira da guerra civil.

Do caos instalado, tentarão capitalizar, talvez justificando a imposição de governos mais totalitários, talvez tentando destruir a direita, identificando-a, em um puro jogo de retórica falaciosa, com os grupos neo-nazistas ressuscitados dessa confusão.

O que surgirá disso tudo é uma grande incógnita, mas é certo que a destruição é o campo de atuação preferido dos grandes globalistas, onde acreditam poder moldar a civilização segundo seus critérios e interesses.

Abortismo é eugenia

É preciso colocar a questão relativa ao aborto em seu devido lugar. E ela não tem nada a ver com divagações filosóficas e abstratas acerca da natureza humana do feto ou sobre os direitos da mulher sobre seu corpo.

Pense bem: uma mulher estuprada ou mesmo depois de ter uma relação sexual na qual ela desconfie que pode ter engravidado, tem a possibilidade de, logo em seguida ao ato, tomar as precauções necessárias para evitar a gravidez. Sem entrar no mérito da licitude moral da pílula do dia seguinte, o fato é que ela existe e está disponível, com valor acessível a qualquer um.Portanto, quando se discute o aborto, as últimas pessoas que realmente serão beneficiadas com sua descriminalização são aquelas mulheres que engravidaram sem sua vontade.

Está muito claro que o abortismo é uma proposta evidentemente eugenista, que busca dar o direito às pessoas descartarem os seres humanos que elas considerarem inferiores e indignos de viver.

O que elas querem é ter a possibilidade de de decidir se aquela criança que está para nascer é condizente com as expectativas e, assim, determinar se devem vir à luz.

É pura eugenia; o resto é diversionismo.